Laborde, que já derrotou Sarah Menezes, deixa Cuba. Três do vôlei podem seguir o mesmo caminho

Em novembro, a judoca Maria Celia Laborde, ganhou medalha de ouro nos Jogos Cento-americanos e do Caribe. Foi sua primeira competição oficial como titular na categoría até 48 quilos, um posto conseguido após derrotar Daiaris Mestre no GP de  Havana.

Laborde, à esquerda, em luta que perdeu para Mestre
Laborde, à esquerda, em luta que perdeu para Mestre

Após a vitória e as comemorações, deixou a delegação e ficou em Veracruz, México, sede da competição. Sétima no ranking mundia (as 16 primeiras se classificam diretamente, sem necessidade de repescagem), Laborde era uma peça importante para as pretensões cubanas na Olimpíada-16. Basta dizer que em agosto de 2014, ela venceu a brasileira Sarah Menezes, campeã olímpica no Pan Americano de judô, realizado em Guayaquil, no Equador.

Agora, cabe a Mestre, 23ª no ranking correr atrás da vaga que já foi sua em Londres-12. Laborde ficará como alguém que poderia ter sido e não foi, algo comum no esporte cubano.

A saída de Laborde coloca em xeque a eficácia da decisão cubana de permitir que seus atletas possam atuar profissionalmente em países estrangeiros, desde que as federações atuem como intermediárias e que eles possam voltar para defender a Ilha em competições oficiais.

David Fiel
David Fiel

Empresários de outros países preferem atuar como sempre. Sem intermediarios e sem restrições. É o que pode estar acontecendo com Rolando Cepeda, David Fiel e Osmani Uriarte, jogadores da seleção masculina de vôlei.

O site polaco sportowefakty.pl tem  declarações do dirigente Andrzej Gryzb dizendo que o clube Asseco Resovia está esperando os atletas para o campeonato polonês. Fiel, que ficou fora dos Jogos Centro-Americanos de do Caribe em novembro debe ser o primeiro a chegar.

A saída de três jogadores – mais três – tornaria ainda mais difícil a classificação para a Olimpíada do Rio.

Para ir além dos esportes de combate, Cuba aposta no triatlo e vôlei de praia

Triatlo em Havana (Adriana Rodríguez Víves)
Triatlo em Havana (Adriana Rodríguez Víves)

Na última Olimpíada, Cuba ganhou cinco medalhas de ouro: duas no boxe (Robeisys Ramirez e Roniel Iglesias) uma no judô (Idalis Ortiz), uma na luta (Mijaín López) e uma no tiro (Leuris Pupo). Todos esportes de “combate”.

Há uma luta para a situação mude, com uma diversificação maior, mesmo que não resulte em ouro. Ainda é difícil a volta de jogadores e jogadoras de vôlei, que poderiam garantir a classificação para Rio-16. No atletismo, com a aposentadoria de Yarelis Barrios (disco) e Yipsi Moreno (martelo), as esperanças são os triplistas Pichardo, Revé e Martinez e Yarisley Silva (prata em Londres-12) no salto com vara.

A ginástica melhorou muito e deve conseguir classificar atletas para a olimpíada. Manrique Larduet foi medalha de prata nas paralelas no último campeonato pan-americano. E está sendo feito um trabalho para haja desenvolvimento em dois esportes: vôlei de prraia e triatlón.

Como Cuba tem dificuldades financeiras para que seus atletas viajem e participem de competições que influenciam rankings mundiais (e consequentemente garantam a classificação olímpica) a solução é trazer eventos para Havana. Foi assim no ano pasado, com um Grand Prix de judô e a realização de uma etapa do circuito de vôlei de Praia na paradisíaca Varadero. Nos Jogos Centro-americanos e do Caribe, Cuba foi medalha de ouro no masculino e feminino.

No final de semana pasado, foi a vez do triatlo, com a realização do Campeonato Iberoamericano e da Copa Pan-americano, nas três distâncias (sprint, short e Ironman), com a presença de 370 atletas de 30 países diferentes.

A IUT (União Internacioanal de Triatlo) aprovou a organização do evento e comunicou que ele se repetirá nos dois anos seguintes, como preparativo para que Cuba possa organizar uma das etapas do campeonato mundial.

Os atletas cubanos venceram apenas a prova de revezamento (que não é oficial, apenas hernandezuma exibição) e nao subiram ao pódio nas categorías oficiais, mas Michel González, Lelsie Amat e Lisandra Hernández conseguiram pontos para o ranking classificatório para o Panamericano de Toronto.

Os três atletas participarão domingo, em Puerto Aguijarte, em Porto Rico, de nova etapa da Copa Pan-americana, nas distâncias de 1500m na agua, 40 quilômetros de bicicleta e 10 quilômetros de corrida.

Xadrez é esporte de massa em cuba, com barulho e muita torcida

No passeio do Prado, no bairro Vedado, em Habana, a movimentação é sempre grande. Mesmo em torno de jogadores amadores de xadrez, que estão por ali todo dia. Quem quiser jogar é só aproximar, mas não espere por silêncio. Os “entendidos” ficam em volta, comentando as jogadas capablanca Jose Raul Capablanca, um garoto de 12 anos ganhou o título cubano. Em 1921, com 33 anos, Capablanca tornou-se o terceiro campeão mundial de xadrez. Manteve o título por seis anos e continuou sendo ídolo até a morte, em 1942.

Cuba tem dois enxadristas entre os 100 melhores do mundo. Leinier Dominguez, que chegou a ser o 12º em fevereiro do ano passado, está em 28º lugar. Lázaro Bruzon teve uma grande ascensão no ano passado, passando do 76º para o 54º posto. Na Olimpíada do ano passado, fez ótima campanha e terminou em sétimo. Na inscrição, baseado nos resultados de inscritos, a previsão era que terminassem em 13º.

Na mesma Olimpíada, o Brasil ficou em 22º. Cuba tem 10 Grandes Mestres e 45 Mestres. O Brasil tem 11 e 30 respectivamente.

marreroA partir de 16/3 até 7/4 a torcida da Ilha será para Yanet Marrero , que disputará o campeonato mundial. Será a única representante cubana e uma das oito da América, que terá também duas argentinas, uma peruana e uma canadense. O torneio, realizado em Sochi, na Rússia terá 64 participantes e será disputada pelo sistema de eliminação direta. Ganhou, passa. Perdeu, volta para casa. A torcida é para que Marrero consiga chegar entre as 16 melhores.

Domadores de Cuba chegam a 10 vitórias em 10 lutas. Leinier Peró foi a melhor notícia contra os Falcões do Deserto

Cuba sente saudades de Roberto Balado, seu maior lutar superpesado, campeão mundial em 1989, 11991 e 1993, além de campeão olímpico em Barcelona-92, quando foi eleito o melhor boxeador. Uma honraria que ganha mais peso quando se lembra que Felix Savon (tricampeão olímpico) fazia parte da delegação cubana nos 91 quilos.

Balado morreu em 1994, quando seu carro chocou-se com um trem, em Havana. Desde então, Cuba não teve grandes resultados na categoria. Em 2012, o representante foi Erislandy Savón, que perdeu na estreia para Anthony Joshua (16 a 17), inglês que ficaria com a medalha de ouro.

Em 2014, Cuba estreou na Liga Mundial de Boxe e Savón estava na categoria inferior. Venceu suas oito lutas. O superpesado ficou entre Yoandy Toirac (o campeão mundial junior em 2013), Jose Larduet e Yoandri Maceo. Os resultados não foram bons.

Toirac continuou como titular na categoria. Venceu os Jogos Centrp-Americanos e do Caribe em novembro de 2014, mas teve uma surpresa no Playa Girón, torneio que corresponde ao campeonato nacional. Leinier Peró, campeão mundial junior em 2010 e campeão pan-americano em 2011, nos 91 quilos, havia subido de peso. E o derrotou, com facilidade.

peroPeró, que passou 2014 como reserva de Savón agora é protagonista. É um boxeador canhoto, muito técnico, com mobilidade e boa pegada. Tem 22 anos e capacidade de “mandar na luta” como também de viver de contragolpes.

Nem foi preciso mostrar todas suas qualidades na estreia, contra  Hamza Beguerini, a quem venceu por 3 a 0 (50×45, 50×45 e 50×43). Foi a última luta de um cartel que mostrou a ampla superioridade cubana diante de uma equipe de poucas qualidades. Para se ter uma ideia, Lázaro Alvarez, dos 60 quilos, nem precisou lutar para vencer Reda Benbazis, que, na pesagem, estava um quilo e meia acima do peso.

Nos 81 quilos, o  bicampeão mundial Julio Cesar La Cruz venceu por nocaute técnico a Nabil Kassel, que, ferido no rosto, não voltou para o quarto assalto.

O campeão olímpico Roniel Iglesias, dos 69 quilos, venceu a Tabi Sofiane, por 3 a 0 (45×50, 46×49 e 46×49) o que significa que os três árbitros o viram vitorioso em 13 dos 15 assaltos.

E a primeira luta da noite marcou a nona vitória seguida de Yosbay Veitia, agora nos 52 quilos. Na temporada passada, atuava nos 49. Ele derrotou Abdelhakim ElBarka por 3 a 0 (50×45,n50x45 e 49×46)

Depois de duas vitórias por 5 a 0 contra os fracos Leões de Marrocos e Falcões do Deserto, da Argelia, Cuba receberá  a Rússia, que não tem um nome pomposo, mas que será adversário bem mais duro. O grupo ainda tem Dragões da China, Corações de Leão da Inglaterra, Guerreiros do México e Otomanos da Ucrânia.

O primeiro colocado já passa para as semifinais. Os segundo e terceiro colocados enfrentam adversários do Grupo B para decidir os outros participantes da luta pelo título.

 

Oito cubanos no Real Madrid. É verdade. Mas já faz muito tempo e hoje os resultados são fracos

Seleção cubana no mundial de 1938
Seleção cubana no mundial de 1938

Cuba perdeu para El Salvador e foi eliminada das eliminatórias para o Mundial sub-20 da Nova Zelândia. Antes, havia vencido Canadá por 2 a 1, empatado com Haiti por 2 a 2 e sofrido uma humilhante goleada por 9 a 1 para o México.

Um retrocesso, pois há dois anos, Cuba participou do Mundial da categoria. Perdeu para Coreia do Sul (2 a 1), Nigéria (3 a 0) e Portugal (5 a 0). Os torcedores sonhavam com a classificação porque alguns jogadores da sub-20 participaram da boa campanha nos Jogos Centro-americanos e do Caribe de novembro passado, quando a seleção ficou com o bronze, derrotando a favorita Honduras.

O futebol nunca foi o esporte mais popular de Cuba. Sempre esteve atrás do beisebol, boxe, atletismo, xadrez e vôlei que tiveram campeões mundiais e olímpicos. Mas o seu passado não é tão ruim como o seu presente.

A primeira partida foi em 1911 e em 1938 Cuba surpreendeu o mundo ao tornar-se o primeiro país da atual Concacaf a derrotar uma seleção europeia. Ela eliminou a Romênia na Copa do Mundo de 1938. Um empate  por 3 a 3 e uma vitória por 2 a 1 levaram Cuba às quartas-de-final, quando foi eliminada por 8 a 0 pela Suécia.

Um dos destaques era o atacante Juan “Romperredes” Tunas, que foi campeão mexicano em 1944/45 juntamente com outros cubanos como o goleiro Juan Ayra, o volante Jose Antônio “Bolillo” Rodriguez e o meia Manuel “Cubanaleco” Gil.

Entre as poucas glórias cubanas, está a presença de oito jogadores na história do Real Madrid. São eles:

Jesus “Chus” Alonso Fernandez, meia que jogou de 1935 a 1948, marcando 58 gols em 160 partidas.

Enrique Ferrer, ponta que fez uma partida apenas na temporada 1935/36

Armando Giral. ponta que jogou em 1902/03 e 1905/07, marcando 4 gols em 11 jogos

Mario Giral, zagueiro que fez quatro partidas em 1902/03

Jose Giral, atacante, que fez dois gols em dez jogos nas temporadas de 1902/03 e 1905/07

Mario Goitia, goleiro que fez duas partidas em 1941

Fernando Quesada, defesa que fez quatro partida em 1915

Antônio Neyra, atacante que fez oito jogos e cinco gols

Cuba libera saída de atletas de 35 esportes, mas anistia ainda é incerta

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Jorge Polo, vice-presidente do Inder – Instituto Nacional de Desportos, Educação Física e Recreação – órgão responsável pelo desenvolvimento do esporte cubano foi enfático em entrevista a jornalistas cubanos. “Estamos abertos a propostas por nossos atletas em todos os 35 esportes de alto rendimento”.

Em seguida, anunciou que Alfredo Despaigne, Héctor Mendoza, Frederich Cepeda y Yulieski Gurriel voltarão a atuar, como no ano passado, na liga japonesa de beisebol. A eles, se somará Lourdes Gurriel Jr, (foto) irmão mais novo de Yulieski.

Ele explicou que os contratos exigem que os jogadores sejam bem tratados e que sejam liberados para competições internacionais que Cuba disputar. As federações cubanas ajudam a indicar as melhores ligas para a atuação dos cubanos.

Há alguns dias foi anunciado que Javier Jiménez, do vôlei, atuará na Grécia em 2015. “Já recebemos propostas para atletas de boxe, basquete e futebol. Estamos estudando todas, é u processo complexo e cada federação tem suas normas distintas”, disse Arnaldo Batista, vice-presidente econômico do Inder.

Para acelerar as negociações, Cuba já decidiu que, em dois anos, sua liga de beisebol se adaptará ao calendário mundial. “É algo novo e por isso os passos são lentos, mas estamos derrubando o gelo”, disse Batista.

Nos comentários em sítios de esportes de Cuba, as medidas foram bem mais aplaudidas do que contestadas. E leitores perguntam se haverá uma anistia para atletas que desertaram de Cuba há anos, antecipando-se às novas medidas.

Não houve respostas. Polo disse que é um assunto que está sendo estudado mas que não há prazo algum. Também não disse se há possibilidade de acordo com a MLB, dos EUA.

O torcedor cubano lamenta muito a ausência dos jogadores de vôlei. Dizem que, se todos pudessem ser convocados, Cuba disputaria medalhas no masculino e também no feminino. Outros lamentam a ausência de Dayron Robles, campeão olímpico dos 110 m/c barreiras em Pequim-08.

Em relação a Robles, Jorge Luiz Sánches, responsável pelo atletismo em Cuba, deixou

Robles, á direita, competindo por um clube francês
Robles, á direita, competindo por um clube francês

claro que a volta será difícil. “Ele pediu baixa da seleção. Pedimos que continuasse e que descansasse por alguns meses. Ele não quis. Disse que iria se retirar do esporte de competição. Depois, surpreendentemente, passou a competir por um clube francês. Robles é uma glória cubana, é um campeão olímpico. Pode voltar a competir por Cuba. Basta participar dos campeonatos de seu município, depois de sua província e, enfim, chegar à Copa Cuba, nosso campeonato nacional. Então seus resultados serão analisados”.

Em 2012, Robles se contundiu e não disputou a Olimpíada. O representante cubano foi Orlando Ortega, sexto colocado, que também deixou a Ilha. Jordan O´Farril, o atual número um de Cuba não tem bons resultados internacionais

Pichardo supera suspensão para liderar cangurus cubanos no Rio-16

Esperança cubana de medalha no salto triplo
Esperança cubana de medalha no salto triplo

A volta do atletismo cubano aos treinamentos trouxe uma novidade. O triplista Pedro Pablo Pichardo Peralta estava entre os atletas que iniciaram a temporada no Estádio Panamericano, em Havana.

Com 21 anos, Pichardo tem 17,76m como principal salto. É o quarto melhor da história de Cuba, atrás dos 17,85m de Yoelvis Quesada (1997), dos 17,83m de Alicier Urrutia (1997) e dos 17,78m de Lázaro Bettancourt de 1986.

Depois de alcançar seu melhor resultado em 7 de fevereiro do ano passado, Pichardo saltou 17,32m duas semanas depois, em Praga e…foi suspenso.

Ele exigia ser treinado por seu pai, que o acompanhava desde o início da carreira. Mas, em Cuba, há os treinadores da seleção e a federação exigiu mandou que Pichardo treinasse com eles e não com o pai.

Lembremos que a partir de mudanças efetuadas em 2013, os atletas passaram a ficar co 80% dos valores dos prêmios conseguidos em eventos fora de Cuba. Os treinadores ganham 10% dos prêmios.

De volta à equipe nacional, Pichardo vai ser a maior esperança cubana de medalhas de ouro no Pan de Toronto e na Olimpíada do Rio, apesar de ter dois fortes concorrentes.

Ernesto Revé, 22 anos, vice-campeão mundial indoor no ano passado com 17,33m e que tem como melhor marca 17,58m é considerado um atleta constante e forte, mas com técnica inferior.

Em médio prazo quem vai lutar com Pichardo pelo posto de número um do salto triplo de cuba é o ainda adolescente Lázaro  Martinez, gigante de 1,92m. Ele é campeão mundial cadete em julho de 2013, com 16,63m e campeão mundial júnior em fevereiro de 2014, com 17,24m, sua melhor marca. Melhorou, em seis meses, sua marca em 61cm.

Cuba tem 23 atletas que já saltaram mais de 17 metros. O Brasil tem João do Pulo, Nelson Prudencio e Jadel Gregorio. Mas o Brasil tem duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze em Olimpíadas enquanto Cuba tem uma de prata e uma de bronze. No Rio, eles levam grande vantagem nesse duelo particular.

Savón demolidor completa festival de socos dos Domadores

Campeão
Foto de jose l. anaya

Poucos segundos de estudo e começou a caça. Amine Azzouri estava assustado com o assédio de Erislandy Savón, o melhor lutador da IV Liga Mundial de Boxe e seu rival na estreia da quinta edição do campeonato. E, aos 51 segundo do primeiro assalto de uma luta pactada para cinco, levou um cruzado de direita no queixo e, já em processo de queda, sofreu com outro soco, de esquerda, em seu supercílio.

Um nocaute que completou a vitória por 5 a 0 dos Domadores de Cuba sobre os Leões de Marrocos, dia 16 em Havana. Foi o clímax que sucedeu à outra bela vitória, a de Arlen López, nos 75 quilos, sobre Eddine Haddioui. A toalha foi atirada no terceiro assalto, na terceira queda do marroquino. A vitória mostrou muitos progressos de López que, ao contrário de Savón, ainda busca suas glórias no esporte cubano. Estreou na  Liga Mundia no ano passado, após deserção de Ramón Luiz e está provando que sempre há relevo no boxe cubano.

O signo da renovação esteve presente também na primeira vitória da noite. Yohany Argilagos, que completou 18 anos cinco dias antes da estreia, venceu por 3 a 0 a El Bekkali. Começou bem, mas o ritmo caiu. Natural, por ser sua primeira luta em cinco assaltos. Mostrou que pode ser a solução para uma categoria que estava à deriva depois que Yosvani Veitia  subiu para os 52 quilos.

Yasnier Toledo, dos 64 quilos, venceu de maneira correta e sem muito brilho. E o campeão olímpico dos 52 quilos, Robeisis Ramires mostrou que ainda não tem o mesmo sucesso nos 56 quilos. Venceu de forma apertada a Mohamed Hamout, que o havia derrotado em novembro.

Na próxima sexta-feira, os Domadores vão até a Argélia enfrentar os  Falcões Vermelhos.  O treinador Rolando Acebal definiu sua tropa: Yosbani Veitia (52 kg), Lázaro Alvares (60), Roniel Iglesias (69), Julio Cesar la Cruz (81) e Leinier Peró (acima de 91).

 

 

Resultados

49: Yohannis

Argilagos (CUB) 3-0 (49-46, 50-45, 49-46) a Zouheir El Bekkali (MAR)

56: Robeisy Ramírez (CUB) 3-0 (48-47, 50-45, 49-46) a Mohamed Hamout (MAR)

64: Yasnier Toledo (CUB) 3-0 (50-45, 50-45, 50-44) a Hamza El Barbari (MAR)

75: Arlen López (CUB) TKO-3 a Eddine Haddioui (MAR)

91: Erislandy Savón (CUB) KO-1 a Amine Azzouzi (MAR)

Jiménez está na Grécia. É o início da mudança no vôlei cubano

javier-jimenez-en-greciaJavier Ernesto Jiménez é a cara da mudança. O atacante cubano chegou à Grécia onde atuará pelo PAOK, um dos principais times de vôlei da liga grega. Foi recebido com festas pela torcida e dirigentes e com curiosidade por jornalistas. Prometeu fazer o melhor de si e agradeceu a dirigentes gregos.

Mas qual a novidade em um jogador cubano atuar fora de Cuba? Atualmente, são mais de 50, incluindo craques como Juantorena, Leon ou Simón?

A novidade é que não houve fuga. Não houve deserção. Jiménez se transferiu graças a gestões da federação cubana. Ele agradeceu, dizendo que seu jogo, testado em ligas mais fortes, se tornará ainda melhor.

A saída de Jiménez mostra a flexibilização do esporte cubano. Cansados de verem jogadores saindo e enfraquecendo as seleções cubanas – a feminina hoje está na terceira divisão da FIVB – os dirigentes mudaram. Liberam os jogadores que passam a receber um bom salário. Pela cessão, a federação cubana recebe uma porcentagem. Como se ela fosse a empresária. E os jogadores voltam para defender a seleção em competições importantes.

Pode ser um golpe de mestre contra empresários. Pode ocasionar também um contragolpe. Eles passarão a ofertar ainda mais aos jogadores, desde que não voltem a jogar pelas seleções, dedicando-se unicamente aos clubes. E negociando salários diretamente com os empresários, independentemente da atuação da federação cubana.

Tudo pode acontecer. Mas o fato é que o vôlei cubano deu um passo para resolver seu grande problema que pode ser resumido na dicotomia: grandes craques atuando fora do país e paupérrimas seleções, formadas por juniores e até crianças de 15 anos como Melissa Vargas, perdendo jogos que antes eram consideradas barbadas.

 

 

 

Domadores de Cuba estreiam com adolescente na primeira luta contra Marrocos

toledoFOTO YASNIER TOLEDO, VICE CAMPEÃO MUNDIAL E BRONZE OLÍMPICO

Yohanys Argilagos, adolescente de 18 anos, é a surpresa dos Domadores de Cuba para a estreia, dia 16, em Havana, na V Liga Mundial de Boxe, contra os Leões de Marrocos. Ele conseguiu a vaga ao derrotar  por 3 a 0 a Santiago Amador, campeão nacional dos 49 quilos.

Não foi uma surpresa a sua vitória. Amador, de 23 anos, tem apenas o titulo cubano em seu currículo. Ele só chegou ao topo da categoria porque Yosvani Veitia – oito vitórias em oito lutas na IV Liga – ascendeu de categoria. Foi para os 52 quilos.

Santiago herdou a posição e falhou seguidamente. Em luta exibição contra o Casaquistão, foi derrotado. Nos Jogos Centro Americanos e do Caribe, no final de novembro, perdeu logo na estreia para um colombiano.

Ficou definido então que o campeonato nacional, em dezembro, definiria os Domadores. Santiago conseguiu então o título. Mas não enfrentou Argilagos, que ainda não tinha 18 anos e não poderia participar.

Os treinadores cubanos decidiram, então, que Argilagos enfrentaria, em um ringue separado, os lutadores que fossem derrotados. Ganhou de todos. Só não enfrentou Amador, que teve um problema no cotovelo após a última luta.

Na semana passada, foi definido o combate entre ambos. E Argilagos, campeão mundial de cadetes, será o primeiro cubano a entrar no ringue, dia 16. O cartel é o seguinte?

49: Yohanys Argilagos (CUB) vs. Zouheir El Bekkali (MAR)

 

56: Robeisy Ramírez (CUB) vs. Mohamed Hamout (MAR)

 

64: Yasnier Toledo (CUB) vs. Hamza El Barbari (MAR)

75: Arlen López (CUB) Badr vs. Eddine Haddioui (MAR)

 

91: Erislandy Savón (CUB) vs. Amine Azzouzi (MAR)

 

 

Ramirez é campeão olímpico em Londres-12 na categoria 52 quilos. Yasnier Toledo é vice-campeão mundial em 2011 e 2013. Savón foi eleito o melhor lutador da IV Liga Mundial, com oito vitórias em oito lutas. López é campeão dos Jogos Centro Americanos e do Caribe. Ele substituiu Ramon Luís, que deixou Cuba.

No dia 23, os Domadores vão até a Argélia enfrentar os Falcões do Deserto, nas categorias 52, 60, 69, 81 e mais de 91 quilos